15 de fevereiro - Dia Nacional de Combate ao Cancer Infantil

                                                   Câncer infantil

O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As células que sofreram a mutação no material genético não conseguem amadurecer como deveriam e permanecem com as características semelhantes da célula embrionária, multiplicando-se de forma rápida e desordenada. Por isso, a proliferação do tumor é mais rápida em crianças. Por outro lado, responde melhor à quimioterapia, com chances de cura de 80%, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo, os tecidos de sustentação, o sistema nervoso central e os linfomas, pois os tumores mais frequentes são as leucemias, câncer mais comum na infância, representando 30% do total dos casos segundo o Instituto Oncoguia e que afeta os glóbulos brancos, o tumor de Wilms que afeta o bom funcionamento dos rins e é bastante comum em crianças entre dois e três anos de idade, o retinoblastoma que tem origem nas células que formam parte da retina e costuma aparecer em crianças menores de cinco anos de idade, o linfoma que afeta os gânglios e órgãos do sistema imunológico, o neuroblastoma que é o tumor sólido mais incidente na infância, podendo aparecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum nas glândulas suprarrenais e na região torácica e os tumores do sistema nervoso central.

 Há possíveis causas que podem ser externas, internas ou podem estar relacionadas. As externas dizem respeito aos hábitos, como alimentação inadequada, exposição ao sol (câncer de pele) e alguns vírus que podem causar leucemia. Muitas ainda são completamente desconhecidas. Porém, as causas internas são de ordem genética e estão relacionadas à capacidade do corpo de se defender de ameaças externas. Muitas vezes, os primeiros sintomas são confundidos com doenças comuns na infância, como resfriados e viroses, porém depois de um certo período outros sinais mais fortes e distintos aparecem.

De acordo com o INCA, crianças que apresentam alguns sintomas como palidez, hematomas, sangramentos, caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção, perda de peso inexplicada, tosse persistente ou falta de ar, suores noturnos, alterações nos olhos, como: pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos, inchaço abdominal, dores de cabeça persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias), dor em membros como braços ou pernas, ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção, fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento, tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação, apresentam sinais de alerta para o câncer infantil e devem ser avaliadas por um médico.

 A detecção precoce e o pronto início do tratamento têm importante papel na redução da mortalidade e morbidade do tratamento. Para isso, são necessários exames específicos de imagem e laboratoriais para descobrir se o tumor é maligno ou benigno, bem como a interpretação correta dos resultados por um profissional capacitado para direcionar a conduta adequada diante de cada caso, podendo ser uma conduta cirúrgica, quimioterápica, radioterápica ou associação dessas. A cada três minutos uma criança morre de câncer; a cada ano, mais de 300 mil crianças com idades entre 0 e 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo; aproximadamente 8 em cada 10 crianças vivem em países de renda baixa e média, onde a taxa de sobrevivência é de quase 20%.

Referências:

1.Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). 15/02 – Dia Internacional do Câncer na Infância, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/15-02-dia-internacional-do-cancer-na-infancia/  acesso em: 03/02/2022.

2. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tipos de câncer. Câncer infantojuvenil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-infantojuvenil . Acesso em: 04/02/2022.

3. ACCAMARGO.CANCER CENTER. Câncer infantil: diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. Disponível em: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/cancer-infantil-diagnostico-precoce-e-fundamental-para-aumentar-chances-de . Acesso em: 04/02/2022.

4. Danone. Nutrícia. Os principais tipos de câncer infantil, 2018. Disponível em: https://www.danonenutricia.com.br/infantil/crianca/saude/os-principais-tipos-de-cancer-infantil. Acesso em: 04/02/2022.

5. Rodrigues KE, Camargo B. Diagnóstico precoce do câncer infantil: responsabilidade de todos. Rev. Assoc. Med. Bras. 2003; 49 (1). Disponível emhttps://doi.org/10.1590/S0104-42302003000100030

Autor: Anderson Philipe Cavalcanti Silva, Biomédico- Especialista Em Citologia Clínica, Técnico de Laboratório do DQV-UFRPE.